Print

Malabarismos Políticos do Cão Arrependido e Novo Autgolpe do PT
By Edu Montesanti
Global Research, October 16, 2017

Url of this article:
https://www.globalresearch.ca/malabarismos-politicos-do-cao-arrependido-e-novo-autgolpe-do-pt/5613370

Sociedade polarizada pega-se em ódio, alimentado também pela mídia em geral; Luiz Inácio tenta, prcariamente, retomar aspecto de “esquerda” enquanto, nos bastidores da politicagem mais baixa, alia-se a velhos algozes.  Alguém já viu chihahuas e iorque-cháiars perdidos pelas vias públicas, lambendo as botas de quem os chuta? Não, porque só os vira-latas fazem isso – e a “esquerda” brasileira esclerosada, esquecendo-se na prática de sua retórica do “mais fino pedigrí”. Novo autogolpe do PT prenuncia naufrágio ainda mais profundo da frágil democracia no país do vira-latismo mais gritante onde “todo mundo faz” – e pior, espera-se que todos se conformem e até apoiem esta velha jogatina canalha.

Enquanto a sociedade brasileira literalmente se pega, fortemente polarizada cujo “racha” é intensificado pela “esquerda” que embarca, oportunisticamente, no maniquesísta discurso “ou estão ao nosso lado, ou estão contra nós”, eis que não a mídia “alternativa”, mas a grande mídia noticiou no último dia 8 que o Partido dos Trabalhadores (PT) pretende abrir mão do lançamento de candidatos próprios a governador em até 16 estados nas eleições de outubro do ano que vem, para apoiar inclusive partidos como PMDB, PTB e PSB, que atuaram para derrubar a ex-presidente Dilma Rousseff no golpe jurídico-parlamentar-midiático-empresarial do ano passado.

Tudo isso em nome da “luta contra a ofensiva da direita”, e para que o “gênio político”, Luiz Inácio, tenha espaço em palanques regionais. Que maravilha! Afinal, todo mundo faz, não é mesmo? Além do mais, a estrutura social, política e econômica brasleira – os críticos incautos não entendem nada disso, são ingênuos ou oportunistas! – não permite decência na política, enfim, é assim mesmo no Brasil! E ainda: como o dito-cujo é nordestino, origináro da roça, torneiro mecânico aposentado, sem estudo (apesar de todas as oportunidades e tempo livre que teve ao longo das muitas décadas, e ainda tem), seu partido ostenta “trabalhadores” no nome cuja bandeira é vermelha, não deve se tratar, aqui, de politicagem mais baixa como quando a oposição está em questão nas análises, é claro: preconceito ao revés? Pois é!

Este primeiro malabarismo do “esquerdista” arrependido de hoje que, na Presidência, arrancava aplausos e gargalhadas de auditório oligárquico ao achincalhar mentalidades exatamente de esquerda, qualificando-as de enfermas, vem confirmar as impressões expostas há alguns meses nesta página: O PT hoje recusa autocrítica, como sempre fez, mais que por mentalidade rasa: o autogolpe impossibilita encontro com a consciência; e mais: o caminho deve permanecer livre para as jogatinas políticas, que seriam inviabilizadas exatamente com a autocrítica que a presidente do partido, Gleise Hoffmann, rejeitou logo que assumiu a direção do PT em junho deste ano, alegando que “forneceriam armas ao inimigo”. Nada mais maquiavélico, e aí estáo as evidências, semana a semana, de que nada mudou no neo-oligárquico PT cujo único “projeto” é angariar votos e retomar o poder – entre o povo, que se peguem em nome de “esquerda”-direita! Direita sem aspas, aliás para quem ainda não entendeu, pois esta, com toda a sua baixeza moral e intelectual, consegue ser bem menos indecente com os seus…

A justificativa de que alianças indecentes são fundamentalmente necessárias por “não haver outro jeito no Brasil”, são o ápice do denominado vira-latismo ao assumr que o Brasil é “assim mesmo”, irremediavelmente corrupto legitimando o “todo mundo faz”. Alguém já viu chihahuas e iorque-cháiars, perdidos pelas vias públicas, lambendo as botas de quem os chuta? Não, porque só os vira-latas fazem isso – e a “esquerda” brasileira esclerosada, esquecendo-se na prática de sua retórica do “mais fino pedigrí”. E este cenário sombrio, que sempre esteve na cara que nunca mudaria envolvendo tal setor, evidencia também que a defesa disso tudo tem sido a uma pessoa, jamais a ideias e projetos (= personalismo).

Outro argumento em defesa desta politicagem de praxe do PT, embarca no mito democrático criado no Brasil valendo inclusive o patético titulo de “gênio político” a Luiz Inácio por parte de militantes, e “jornalistas” simpatizantes a este partido de centro-direita que engana cada vez menos gente: democracia não é isso, “negociar” com o que existe de pior na política, cedendo a suas promessas eleitoreiras traindo, assim, seu eleitorado; democracia nada mais é que o sistema da participação popular e da criação de direitos. Neste caso específico, o que o neo-oligárquico PT menos faz, é dar ouvidos ao que pensa e deseja a sociedade para a vida política de seu país. Portanto, em uma democracia autêntica inclusive alianças políticas devem encontrar limites,com base na coerência e na decência.

Posto isso, trata-se no mínimo de muito cinismo alegar que as únicas culpadas pela falta de interesse e até ojeriza da sociedade à política são as classes dominates do País, incluindo a grande mídia: com toda a razão, muitos basileiros estão fartos desta bandalheira desgraçada disfarçada de democracia repleta de demagogias, nas quais Luiz Inácio e seu PT de centro-direita são mestres.

Quanto à observação no início, de que a notícia foi dada apenas pela grande mídia, não se trata de observação em defesa desta, muito pelo contrário; porém, mais uma constatação de que, na maioria dos casos, a “moeda midiática” brasileira é uma só, possuindo nada mais que duas faces diferentes. E a ferocidade da briga politiqueira é bem mais acentuada do que se imagina, havendo inclusive muitos jornalistas empesteando a mídia “alternativa” entre negócios pessoas com o PT enquanto jornalista realmente independente neste País, geralmente, é um morto de fome em potencial vivendo, se não bastasse, entre o fogo cruzado da raivosa sociedade, polarizada também pelo combustível deste setor midiático oportunista com seu apelo maniqueísta. A que ponto anda-se chegando no Brasil, em nome de interesses político-partidários, não?! Que clamorosa vergonha!

O segundo malabarismo politiqueiro de Luiz Inácio na semana que passou, mais um político que nada tem a dizer a não ser palrar muita persuasão precariamente elaborada em laboratórios de márquetim político, deu-se em nome do “feminismo”: nada mais oportuno nesta hora em que o cão (de pedigrí) arrependido voltou a ser de esquerda, após a farra diante dos privilégios do poder. Mais um ato de redenção do fllho pródigo da “esquerda” nacional, no último dia 7, acabou desagradando até as militantes petistas (não havendo espaço, evidentemente, na mídia “mais democrática” deste País): tentando jogar a bola para a mulherada, o grande heroi da “esquerda” tupiniquim disse que “a palavra ‘cuidar’ é mais pertinente [do que ‘governar’]”, disse Lula, para quem um partido como o PT deve “cuidar do povo. Enquanto governante, em um Estado de direito, deve representar, eis aí mais um exemplo da mescla de falta de noção política deste “gênio político” aos setores afins, demagogia e o próprio personalismo observado mais acima.

O incômodo das militantes feministas começou a mudar quando Luiz Inácio afirmou que o Estado deve fornecer creches às mulheres, para que trabalhem e façam política. Notando mal-estar na plateia, que qualificou a fala de machista, o ex-presidente retomou o rumo dizendo que, conforme a mulher conquistou espaço no mercado de trabalho, “falta o homem conquistar espaço na cozinha”. Ao dizer que a mulher tem mais jeito para a política porque sabe “cuidar” – algo que, para ele, “vem da maternidade” -, uma militante reclamou “tá piorando”.

“Como a gente vai despertar na cabeça da mulher [a participação política]?”, disse Lula. Mulheres que estavam ao fundo se queixaram, dizendo que não é preciso despertar a cabeça delas. Para a militante do movimento social de mulheres Irani Elias, do Recife, a falta de participação da mulher na política é uma questão de estrutura do poder, não de voluntarismo. “Tem coisas que a gente não concorda com a fala dos homens e isso também inclui o presidente Lula”, disse ela, que tentou interromper o discurso aos gritos diversas vezes.

Diante do “estão ao nosso lado ou contra nós”, eis que esta reportagem decidiu, então, atravessar o globo e contactar alguém completamente fora da questão, socialista e devidamente feminista: Friba, líder da Associação das Mulheres Revolucionárias do Afeganistão (RAWA, na sigla em inglês), para comentar estas palavras de Luiz Inácio noticias pela Folha de S. Paulo em dezembro d 2006:

“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) arrancou, na noite desta segunda-feira, risos e aplausos de uma platéia formada por empresários e intelectuais ao, de certa forma, desmerecer a esquerda brasileira. Segundo ele, trata-se de uma ideologia típica da juventude.

“‘Se você conhece uma pessoa muito idosa esquerdista, é porque está com problema’ [risos e aplausos]. ‘Se você conhecer uma pessoa muito nova de direita, é porque também está com problema’, afirmou o presidente depois de receber o prêmio ‘Brasileiro do Ano’ da revista IstoÉ.

“Lula explicou que, em sua opinião, as pessoas responsáveis tendem a, conforme amadurecem, abrir mão de suas convicções radicais para alcançar uma confluência. Tal fenômeno ele classificou de ‘evolução da espécie humana’.

“‘Quem é mais de direita vai ficando mais de centro, e quem é mais de esquerda vai ficando social-democrata, menos à esquerda. As coisas vão confluindo de acordo com a quantidade de cabelos brancos, e de acordo com a responsabilidade que você tem. Não tem outro jeito'”.

Friba classificou este “parecer”, lá da capital afegã de Cabul,  de “vergonha total!”. Pois será que o mundo todo perdeu, completamente, a noção da realidade, restando apenas à nossa “esquerda dálmata” o pleno entendimento de teoria política? Se sim, por que nos encontramos nesta situação, não? Freud explicaria mais esta exótica matemática à brasileira, diante de uma “esquerda” que insiste em se vitimizar da maneira mais cínica? E será que algum “esquerdista moderado” brasileiro, um dentre essa gente tão “briosa” e “lutadora”, acusará Friba que, no Afeganistão, luta contra os talibans, contra os senhores da guerra e contra o Exército estadunidesnse, de “reacionária antipetista”?

Enfim, não resta mais nada à “esquerda” tupiniquim senão engolir, bem quietinha como tem tentado fazer na medida do possível, os pimolhos do MBL de péssimo nível intelectual, pois se acentuarem o tom nas críticas estarão, naturalmente, enfiando-se ainda mais profundamente no boeiro da história ao reconhecer, implicitamente, não possuir condições morais nem intelectuais de apresentar nada melhor, em cujo vácuo o grupelho se meteu enquanto a tal de “esquerda” ocupa-se em seus interesses político-partidários, com suas mesquinharias trancafiada em teorias políticas (de péssimo gosto), tentando ainda justificar os históricos abraços em aliança de Luiz Inácio em Sarney, Collor, Maluf, Temer entre tantas figuras tétricas nada aprazíveis á democracia brasileira – e recentemente até em Calheiros!

A tempo: não apenas o brucutu Bolsonaro, mas o próprio MBL de péssimo gosto é bem menos indecente com os seus, que Luiz Inácio e grande parte da “esquerda” tupiniquim. Repita-se hoje e sempre: se nunca houve nenhuma dúvida entre morrer de pé ou viver de joelhos, mas este último setor optou por morrer de joelhos, não esperem unanimidade agora. Foi sua opção não apenas sem hesitar, mas outorgando-se ainda o direito de atacar ferozmente todas as críticas que garantiam, ao longo de quase uma década e meia, que se daria com os burros do poder n’água.

Este novo autogolpe petista que se desenha claramente nos nebulosos céus brasileiros, e que vai se intensificar especialmente se o poder for retomado (jogatina que se intensificará, inclusive, em comparação aos mandatos petistas anteriores), acabará mal, de novo…

Edu Montesanti
www.edumontesanti.skyrock.com

Disclaimer: The contents of this article are of sole responsibility of the author(s). The Centre for Research on Globalization will not be responsible for any inaccurate or incorrect statement in this article.