“Botas no terreno” na Síria? O Pentágono vem socorrer o “Estado Islâmico” (EIIL)

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A 27 de Outubro, o Secretário da Defesa dos EUA, Ashton Carter, anunciou que o Pentágono está a ponderar “uma acção directa no terreno” tanto no Iraque como na Síria, num esforço para combater o grupo terrorista do autoproclamado Estado Islâmico”. (Sputnik, 27 de Outubro,2015).

Contudo, a agenda não tão oculta não é “combater” mas sim “proteger e ir em socorro” do grupo terrorista Estado Islâmico.

Qual é a novidade? Estaremos a testemunhar um processo de escalada militar?

Os EUA e os seus aliados já têm botas no terreno na Síria. Não é oficial, trata-se de uma dita “operação encoberta” da qual já toda a gente sabe.

O Pentágono, juntamente com a OTAN, a Turquia e Israel, et al, têm despachado de modo rotineiro para o teatro de guerra sírio os seus conselheiros militares, forças especiais e operacionais dos serviços secretos. Estas forças estrangeiras têm trabalhado no seio das hostes rebeldes desde o início da guerra na Síria em Março de 2011.

Embora nem Washington nem a comunicação social de massas tenham reconhecido “oficialmente” a sua presença na Síria, há que compreender que essas forças especiais ocidentais têm levado a cabo funções rotineiras de comando no seio dos vários grupos terroristas correlacionadas com a coligação liderada pelos EUA-OTAN. Por outras palavras, são amplamente responsáveis pela coordenação de incontáveis operações terroristas do EIIL e do Al Nusrah contra civis no interior da Síria em favor da coligação liderada pelos EUA. Escusado será dizer, contam também com o apoio da campanha aérea dos EUA, que teoricamente tem atingido (em vez de “proteger”) os terroristas.

“A Responsabilidade de Proteger” (R2P) Os Terroristas

Em reacção aos bombardeamentos da Rússia contra o EIIL, Washington pondera agora anunciar “oficialmente” (aquilo que têm já feito nos últimos quatro anos) a sua resolução de colocar tropas no terreno numa extensa operação militar. Escusado será dizer, esta operação, caso seja levada a cabo sem o selo de aprovação do Conselho de Segurança da ONU, irá constituir uma violação da lei internacional (Nuremberga).

A administração dos EUA está a considerar a possibilidade de mobilizar para o terreno sírio um pequeno número de forças inserida nas tropas da oposição “moderada” curda, anunciou o The Wall Street Journal na quarta-feira, citando fontes oficiais dos EUA.

Os militares dos EUA também propuseram enviar um grupo de conselheiros de combate para a linha da frente com o exército iraquiano e, possivelmente, também com os rebeldes sírios. Contudo, esta proposta é qualificada pelo jornal como sendo a do cenário menos provável.

Mais, a Casa Branca irá examinar a opção de mobilizar um pequeno esquadrão de helicópteros ofensivos Apache para o Iraque para incrementar a luta contra o Estado Islâmico, afirmou o jornal. Esta medida implica mobilizar várias centenas de militares dos EUA para o Iraque, de acordo com o diário. Washington lidera a coligação que tem levado a cabo ataques aéreos contra as posições do EIIL na Síria e no Iraque desde 2014. Na terça-feira, o Secretário da Defesa dos EUA, Ashton Carter, afirmou que o Pentágono não excluía a realização de ataques no terreno contra os terroristas do EIIL. (Sputnik, 28 de Outubro, 2015)

Uma Zona de Voo Restrito

Outro desenvolvimento importante diz respeito à afirmação do Secretário da Defesa, Ashton Carter, de que embora “uma zona de voo restrito” não esteja a ser considerada pelo Pentágono no futuro mais imediato, não deixam de ser uma opção: “o presidente Barack Obama não ‘descartou’ a opção de uma zona de voo restrito na Síria”.

Entretanto, o Qatar anunciou estar a ponderar enviar tropas para o terreno na Síria. Esta revelação anunciada por Doha foi muito provavelmente formulado em Washington. De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Khalid al-Attiyah, o Qatar deve intervir militarmente em reacção à intervenção da Rússia em apoio ao governo de Bashar Al Assad. (CNN Arabic, 21 de Outubro):

“Para tudo aquilo que proteja o povo sírio e a Síria da divisão, não iremos poupar esforços em o desempenhar juntamente com os nossos irmãos sauditas e turcos, o quer que seja”.

Desde o início que o Qatar tem agido como intermediário dos EUA. Juntamente com a Arábia Saudita tem contribuído para o recrutamento, treinamento e financiamento dos terroristas ligados à Al Qaeda na Síria, incluindo o EIIL e o Al Nusrah.

Encontramo-nos numa Perigosa Encruzilhada

A diplomacia internacional colapsou. Os criadores da política externa dos EUA são ignorantes e corruptos, inconscientes quanto às implicações das suas acções.

Os ataques aéreos liderados pelos EUA estão a ser implementados simultaneamente com os da Rússia.

A ONU é um beco sem saída. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon (nomeado por Washington), apoia a guerra liderada pelos EUA sob a bandeira do humanitarismo.

Estas várias opções e ameaças por parte da coligação liderada pelos EUA – sem falar da taragelice que diz respeito à “opção da III Guerra Mundial” nos corredores do Congresso dos EUA – apontam para um cenário de escalada militar, com o potencial de levar a um confronto militar directo entre a coligação liderada pelos EUA e a Federação da Rússia.

Michel Chossudovsky


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About the author:

Michel Chossudovsky is an award-winning author, Professor of Economics (emeritus) at the University of Ottawa, Founder and Director of the Centre for Research on Globalization (CRG), Montreal, Editor of Global Research. He has taught as visiting professor in Western Europe, Southeast Asia, the Pacific and Latin America. He has served as economic adviser to governments of developing countries and has acted as a consultant for several international organizations. He is the author of 13 books. He is a contributor to the Encyclopaedia Britannica. His writings have been published in more than twenty languages. In 2014, he was awarded the Gold Medal for Merit of the Republic of Serbia for his writings on NATO's war of aggression against Yugoslavia. He can be reached at [email protected]

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